sábado, 3 de maio de 2014

Associação Brasileira de Pedagogia Espírita - Centro de Educação Interdisciplinar Pampédia - Espaço Pampédia - Editora Comenius




A Associação Brasileira de Pedagogia Espírita é uma entidade sem fins lucrativos, constituída por associados fundadores, efetivos e colaboradores. Qualquer pessoa com idéias afins a esta proposta pode se associar à ABPE, que conta em seu quadro associativo, com professores, médicos, jornalistas, artistas, engenheiros, administradores, arquitetos, advogados, donas de casa, estudantes… pessoas de todas as áreas, de qualquer grau de escolaridade.

A ABPE tem por principais objetivos:
  • estudar, pesquisar e divulgar a Pedagogia Espírita;
  • incentivar a pesquisa na área da Educação;
  • integrar o conhecimento da Pedagogia Espírita com outras áreas de conhecimento;
  • aplicar na prática a Pedagogia Espírita, fundando escolas com sua própria receita ou em parceria com outras entidades, escolas, universidades e associações afins;
  • promover grupos de estudos, cursos, simpósios, conferências, congressos e publicações para divulgação de suas atividades;
  • dar assessoria a escolas, centros e grupos de professores ou pais que desejem colocar em prática propostas inspiradas na Pedagogia Espírita;
  • incentivar a formação de associações regionais, estaduais ou municipais e coligá-las.


Centro de Educação Interdisciplinar Pampédia

Justificativa e Resumo 


É fato incontestável que um dos maiores problemas da Educação no Brasil está na má formação dos professores, na desvalorização social desta profissão, que mais do que uma técnica deveria ser encarada como uma missão da mais alta relevância. A formação do pedagogo é fragmentada, não se propõe como uma formação humanística e cultural sólida, que possa atrair indivíduos realmente vocacionados a se realizarem como profissionais plenos e como seres humanos existencialmente comprometidos com as novas gerações.

Dentro do panorama de pobreza cultural das Faculdades de Pedagogia no Brasil, há o agravante de se privilegiar apenas autores de tendências marcadamente materialistas, ignorando-se completamente contribuições históricas fundamentais, desde os gregos antigos até correntes pedagógicas contemporâneas que tenham qualquer visão de transcendência. As faculdades de Pedagogia – assim como os espaços acadêmicos em geral – não são lugares plurais, onde se estudam diferentes posições, onde se debatem idéias e onde o aluno aprenda a pensar e a construir seu próprio conhecimento, mas são lugares de "verdades" únicas. Assim, o futuro professor é "doutrinado" e aprenderá a doutrinar os seus futuros alunos.

Outro problema marcante das formações atuais dos futuros educadores é o divorciamento da prática. Embora a lei obrigue e garanta estágios e atuações em escolas, tudo ocorre de forma insípida, burocrática, descomprometida (quando não há fraude). E o que é pior: não só os futuros educadores, enquanto alunos, são tratados dentro das relações impessoais, passivas e opressivas da escola tradicional, o que reproduzirão depois, como os estágios, observações em salas de aula (quando os há) são feitos também no sistema vigente. Ou seja, a faculdade de Pedagogia é a grande reprodutora do sistema falido, ultrapassado de educação, onde o educando não é visto como ser integral, sujeito autônomo e construtor de si mesmo.

Esse ciclo de manutenção do sistema precisa ser rompido em todas as instâncias com projetos pilotos que proponham e demonstrem a eficácia de uma nova articulação entre formação de educadores, práticas escolares e desenvolvimento científico e filosófico da área da Educação, como um delta interdisciplinar do conhecimento.

Nesse sentido, a própria produção do conhecimento pedagógico deve ser profundamente revolucionada – é preciso que se torne o mais interdisciplinar possível, estabelecendo relações com as Artes, a Comunicação, a Saúde, a Tecnologia e se aproxime da observação e da práxis.

Justamente os grandes clássicos da Educação – esses mesmos que são ignorados nas Faculdades de Pedagogia no Brasil – foram exemplos do que devemos alcançar hoje cada vez mais, diante da complexidade de mundo, que as presentes e futuras gerações deverão enfrentar, para o que precisam urgentemente de novas formulações pedagógicas.

Platão era filósofo, matemático, político; estudava música, medicina e literatura e articulava todos esses e outros conhecimentos em suas propostas pedagógicas de 2500 anos atrás, visando formar um ser humano integral.

Comenius – o grande educador checo – já no século XVII, tinha a idéia de pansofia (sabedoria do todo) e de pampædia (ensino do todo), que integrava todas as áreas do saber, num profundo e vasto projeto de educação para todo o planeta, proclamando que é “preciso ensinar tudo a todos” para que todos os homens realizem a sua plena humanidade.

Rousseau, que é considerado o Copérnico da Educação, no século XVIII, foi músico, filósofo, literato e considerava a necessidade de formar o ser, levando em conta a sua natureza divina, sem abandono de sua função política e de sua formação profissional.

Pestalozzi, o mais próximo de nós (200 anos atrás) exemplificou a excelência de uma pesquisa pedagógica (quando a educação ainda não tinha foros acadêmicos) integrando de maneira original e inédita a teoria com a prática; a formação do educador com a experimentação educacional. O Instituto de Yverdon era uma espécie de escola experimental do início do século XIX. Não havia no mundo nenhuma escola que se assemelhasse a ela (em métodos – livres, afetivos, participativos – e em conteúdos – plurais, abrangentes e inovadores).

Pestalozzi por toda a vida (durante a experiência de Yverdon e antes dela) deduziu teorias pedagógicas a partir de vivências e realizou experiências para aplicar teorias. E ao escrever, pouco antes de sua morte e depois do fechamento do Instituto de Yverdon, o livro O Canto do Cisne, afirmava não ter uma teoria fechada, acabada, revelando assim até o fim de sua existência a sua disponibilidade para aprender com a vida (é dele a frase “a vida educa”) e mostrando o que é hoje considerado como uma atitude básica do espírito científico – a abertura para considerar o conhecimento sempre inacabado, testando hipóteses provisórias. Ao mesmo tempo, o Instituto de Yverdon era um local de formação de educadores. Pessoas da Europa inteira iam visitar a escola, conhecer suas propostas, fazer “estágios”, durante meses ou anos, como fez Fröbel, o criador do Jardim da Infância, como fez Mme de Staël, a grande escritora francesa, como fez Marc-Antoine Jullien, considerado o pai da Educação Comparada.

Quando Hippolyte Leon Denizard Rivail foi levado aos 11 anos de idade pela mãe a Yverdon (segundo consta em documento lá descoberto) estava indo com o objetivo de “aprender a arte de ser educador”. Yverdon aliava assim a pesquisa, a experimentação, a formação dos professores, a formação das crianças e a produção de um novo conhecimento pedagógico. E todos – absolutamente todos – os grandes educadores e pesquisadores da educação dos séculos seguintes (podemos citar Montessori, Decroly, Freinet, Claparède, Piaget, Korzcak, Steiner etc, etc) tiveram alguma influência de Pestalozzi.

Os clássicos da Educação ainda tinham o mérito de não aleijar o ser humano de sua dimensão espiritual, o que não significava para nenhum deles catequizar crianças em um determinado credo, mas em aceitar que a educação deve trabalhar o ser político, social, cognitivo, afetivo, estético, mas também o ser transcendente.

Diante do exposto, o projeto Pampédia, idealizado pela Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, em parceria com a Editora Comenius e Pampédia Educação Assessoria e Consultoria Pedagógica, pretende ser um projeto piloto que tenha as seguintes características:

• A interdisciplinaridade em todas as ações, formações e pesquisas, ligando a Educação às Artes, à Comunicação, à Saúde, às Ciências, à Espiritualidade.

• A religação da pesquisa pedagógica com práticas educacionais inovadoras e com a formação de educadores.

• A visão da Educação como um saber plural, que se propõe aberto, dialógico, em constante construção, e que tem valor social, cultural e universal.


O que será o CENTRO DE EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR PAMPÉDIA?


Um centro de excelência em educação interdisciplinar, constituído de núcleos de pesquisa, docência e atividades, que sirvam tanto para a graduação em Pedagogia, como para os cursos de pós-graduação, como ainda promotores e gestores de projetos pedagógicos para a Escola de Aplicação.




A Pampédia Educação é um instituto dedicado a cursos e projetos que envolvem interdisciplinaridade, espiritualidade, a partir de eixos temáticos, como Educação, Saúde, Artes, Filosofia.
Fundado em 2008, por Dora Incontri e Alessandro Cesar Bigheto, tem como missão promover os ideais do educador checo Jan Amos Comenius (1592-1670), que pretendia uma educação humanista, integral e democrática.
Atualmente, a Pampédia Educação funciona no Espaço Pampédia, na Zona Norte de São Paulo, à R. Castro Maia, 251. Jardim São Paulo.








Um comentário:

  1. Foi uma honra participar deste evento de tanta relevância para a educação brasileira.

    ResponderExcluir