segunda-feira, 21 de abril de 2014

MESA - Homenagem ao Cem Anos de J. Herculano Pires

MESA: Homenagem ao Cem Anos de J. Herculano Pires


Herculano Pires e a Pedagogia Espírita
Dora Incontri

Herculano Pires e a Educação para a morte
Franklin Santana Santos

O Pensamento Social de Herculano Pires
Alessandro Cesar Bigheto

Herculano e a Filosofia
Alysson Leandro Mascaro


HERCULANO PIRES - PEDAGOGIA ESPÍRITA

Herculano Pires

http://pt.wikipedia.org/wiki/Herculano_Pires

José Herculano Pires (Avaré, SP, 25 de setembro de 1914 , — São Paulo , SP, 9 de março de 1979 )


Destacou-se como um dos mais ativos divulgadores do espiritismo no país. Traduziu os escritos de Allan Kardec e escreveu tanto estudos filosóficos quanto obras literárias inspiradas na Doutrina Espírita.


Pedagogia espírita

ISBN 978-85-88849-43-3
320 páginas • 14x21 cm • R$ 28,00

http://www.fundacaoherculanopires.org.br/livros/pedagogiaespirita

Qual a contribuição da Doutrina Espírita na formação da criança?

Inicialmente a Doutrina Espírita nos ensina que o espírito é imortal; por segundo, nos diz que ele está sujeito invariavelmente a uma lei de evolução espiritual baseada no desenvolvimento intelectual e moral que se devem equivaler; e finalmente, por terceiro, que tal aperfeiçoamento se consegue as custas de várias reencarnações. 

Não prepara a criança apenas para a vida no plano da Terra. Visando objetivos transcendentais, prepara o ser para um clima de superação das paixões e vícios que o prendem ao plano inferior da matéria.

Este livro reúne os trabalhos escritos por J. Herculano Pires, sobre a necessidade de uma reformulação do problema educacional, à luz do espiritismo, através da implantação de uma Pedagogia Espírita. Nele se encontra a tese apresentada por Herculano Pires, no III Congresso Educacional Espírita Paulista (julho/1970), aprovada por unanimidade: “Para uma Pedagogia Espírita”.


Herculano Pires e a Educação para a morte

Educação para a morte
ISBN 85-88849-31-3
174 páginas • 14x21 cm • R$ 21,00
http://www.fundacaoherculanopires.org.br/livros/educacaoparamorte

Ainda não aprendemos que vida e morte são ocorrências naturais. 

E as religiões da morte, que vivem dos gordos rendimentos das celebrações fúnebres e das rezas pagas pelos familiares e amigos dos mortos, empenham-se num combate contra os que pesquisam e revelam o verdadeiro sentido da morte. A idéia fixa de que a morte é o fim, e o terror das condenações de após morte, sustentam esse comércio necrófilo em todo o mundo.

Wilson Garcia escreveu: “Um pouco antes, porém, que o sol da vida somática baixasse de vez no horizonte da experiência terrena, Herculano revisou os conceitos humanos da morte, chegando à conclusão de que a fuga da morte, tantas e tantas vezes repetida pelo homem, significa a fuga da própria vida. Por isso, às vésperas de encetar a grande viagem, na tranqüilidade silenciosa de suas pródigas madrugadas, gostosamente insones, o filósofo leal a Kardec reuniu as experiências, positivas ou frustradas, da cultura humana para afirmar a necessidade de instituir-se na Terra a Educação para a Morte.”

Associação Brasileira de Tanatologia-Tânatos

É uma associação científica, plural e interdisciplinar, sem fins lucrativos, que tem por objetivo

educar a sociedade brasileira sobre as questões da vida, da morte, do morrer e luto



Pensamento Social de Herculano Pires

Socialismo e Espiritismo, Aproximações Dialéticas
Escreve: Dora Incontri e Alessandro Cesar Bigheto
Em: São Paulo, março de 2005


Resumo: Este artigo pretende resgatar a ala esquerda do Espiritismo, remontando-a já desde Pestalozzi, mestre de Kardec, pelo próprio fundador do Espiritismo e seus discípulos na França e no Brasil. Apesar de o movimento espírita brasileiro revelar traços conservadores, existe um Espiritismo à esquerda, cultivado na América Latina, incluindo o Brasil e que descende do Espiritismo francês, entendido como proposta social, aplicada na educação.

Palavras-chaves: Espiritismo, socialismo, Kardec, Pestalozzi, socialistas utópicos, dialética espiritualista, educação, socialismo espírita.




Herculano e a Filosofia

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ESPÍRITA
José Herculano Pires


Uma aula aplicada aos conceitos filosóficos do Espiritismo em comparação com outras teses (como materialismo, existencialismo, essencialismo, etc.).
Aqui, o professor Herculano Pires reflete sobre o que é a Filosofia e defende a Doutrina Espírita como o refinamento de toda a tradição filosófica.



4 comentários:

  1. CAPÍTULO 3
    OS FRUTOS DA TERRA
    http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/diversosautores/OReino.pdf

    A Terra dá frutos. Há frutos silvestres e frutos cultivados pelo homem. Os frutos da Terra alimentam os filhos de Deus. Mas há homens que usam os frutos da Terra para enriquecer. É justo que haja riqueza na Terra e que os frutos da terra enriqueçam os homens. Deus não quer a pobreza, mas a riqueza.

    Olhai para o Céu e vereis o tesouro de Deus semeado no Infinito. Olhai para as entranhas da Terra e vereis estrelas ocultas. Também elas são frutos da terra. Frutos que os homens extraem, colhendo-os nos misteriosos ramos de árvores subterrâneas. Esses frutos também produzem riquezas pessoais.

    Deus quer que a riqueza se espalhe no Mundo. A riqueza é a herança de Deus e o apóstolo Paulo ensinou:
    - somos herdeiros de deus e co-herdeiros de cristo.

    - Ai daquele que pretender empobrecer os homens e empobrecer a Terra. Este pequeno Mundo não foi lançado na rota dos Mundos para se tornar miserável, um mendigo do Espaço. Seu destino é a grandeza Universal, a glória do Infinito, a riqueza inumerável do Céu. Deus lhe concedeu um Sol de ouro e uma Lua de prata. E rodeou-o de uma rede cintilante de Estrelas. As torres do Reino apontam para esses tesouros, que são a herança dos homens.

    O mensageiro do Reino me disse um dia:

    - pensais que Deus é Deus de pobres e esfarrapados? Assim como as escrituras nos dizem que Ele não é Deus de mortos, mas de vivos, também nos mostram que ele é Deus de ricos e não de mendigos. Os mundos mais próximos de Deus são de maravilhosa riqueza, transbordantes de cintilações. Não vistes a descrição de Jerusalém Celeste no apocalipse? O Reino é rico, mas a riqueza do Reino é abundante e impessoal. O que faz a pobreza é a riqueza pessoal. Há um caruncho da alma: o egoísmo. Esse caruncho destrói a maior riqueza do Universo, que é o espírito, quando o homem se julga dono pessoal dos frutos da terra.

    Lembrei-me do canto de Maria, que foi o prelúdio da proclamação de Nazaré. A suave Mãe do Jovem Carpinteiro exclama, referindo-se ao Senhor: - depôs do Trono os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os que tinham fome e despediu vazios os que eram ricos.

    Não é a riqueza que é condenada, pois o Senhor a tira de uns para dá-la a outros, segundo a Justiça. E, segundo o Amor, remete à pobreza aqueles que devem conhecê-la melhor, para não se julgarem os privilegiados da Terra. Que são os bens, se não os frutos da Terra? Maria previu, na sua intuição humana de Mãe e na sua previsão Divina de espírito, a redistribuição dos frutos da Terra para que o Amor e a Justiça do Reino triunfem entre os homens.

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  2. O Jovem Carpinteiro ensinou um dia:

    - o campo de um homem rico havia dado abundantes frutos e ele revolvia dentro de si estes pensamentos, dizendo: - que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? - e disse: - farei isto. Derrubarei os meus celeiros e construirei outros maiores. Neles recolherei tudo o que tenho e todos os meus frutos. E então poderei dizer a minha alma: tens muitos bens em depósito para muitos anos, ó alma minha! Descansa, come, bebe, regala-te! - mas Deus disse a esse pobre homem rico: - néscio! Esta noite te virão demandar a tua alma, e os frutos da terra que amontoaste e todos os teus bens para quem serão? - assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.

    Os entesouradores pessoais organizam-se em associações, em trustes, em gigantescos monopólios. Pegam os frutos das árvores, os frutos minerais das entranhas da terra, os frutos aquáticos dos rios e dos mares, sugam os lençóis subterrâneos e as misteriosas jazidas que os séculos formaram, e de tudo isso fazem moedas ingênuas, doiradas ou prateadas, cintilantes de pureza, que transformam em instrumentos de suplício e de vício.

    Os entesouradores pessoais se associam contra os pobres, dominam nações e povos, exploram multidões e se consideram benfeitores da Humanidade. Graças ao poder do dinheiro acumulado, o ingênuo e puro dinheiro que leva saúde ao doente e alimento ao faminto, mas que em suas mãos se transforma em lâminas do punhal assassino, derrubam governos, subvertem regimes, tripudiam sobre o direito das Gentes. Mas um dia alguém vem demandar-lhes a Alma néscia e apagar-lhes das gerações a odiosa memória, o exemplo corruptor.

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  3. Salomão vestiu-se de púrpura e ouro, mas apenas os cânticos que lhe atribuíram, pois nem isso era dele, conservaram sua memória entre os homens. E o Jovem Carpinteiro lembrou que as flores do campo se vestiam com maior riqueza e maior esplendor do que o Rei cantor. Os homens se inquietam pelo vestir e pelo comer, querem garantir o futuro com as escoras inúteis dos bens materiais. Mas o futuro do homem não está na matéria e sim no Espírito, porque o homem é espírito, é uma chama e não o corpo de lama, a vasilha frágil de argila em que a chama crepita. O futuro do Homem é o Reino. Ai dele quando não pode entrar pela porta estreita.

    Por isso, o Jovem Carpinteiro ensinou:

    - Buscai primeiro o Reino de Deus E a sua Justiça, E tudo o mais vos será dado por acréscimo. Não temais, ó inquieto rebanho, pois foi do agrado do vosso pai dar-vos o seu reino. vendei o que possuis e dai-o aos pobres; provei-vos de bolsas de estrelas, que não se gastam com o tempo nem se consomem na morte; ajuntai o tesouro das coisas do céu, que não estão sujeitas ao ladrão, nem a ferrugem ou ás traças. Porque onde está o vosso tesouro, ali estará também vosso coração!
    O mensageiro do Reino me disse, a respeito destas palavras:

    - que fazeis ao ajuntar frutos e pedras da Terra? Quando a chama rompe a vasilha de barro, vossa Alma se evapora titubeante e incerta. Conheceis o fogo fátuo? Não sereis mais do que isso. Mas tereis a dolorosa consciência da vossa fragilidade, da vossa insegurança e da vossa inutilidade. Néscios! Os frutos e as pedras da Terra devem servir aos vossos corpos na medida do necessário, pois podeis convertê-los em Estrelas e Sóis pela magia do Espírito. Não existe mais bela alquimia. Sede os alquimistas da caridade!

    Pensei nessas frases e disse a mim mesmo:

    - Deus pôs as árvores na Terra carregadas de frutos materiais, mas sobre nossas cabeças estendeu também a fronde do Céu, carregada de frutos de luz. Por que havemos de preferir, para o nosso tesouro, os frutos efêmeros, em vez de guardar os que são eternos? Quando colho os frutos de uma árvore e os converto em moedas, cobrando ao faminto o preço exorbitante que deve me garantir o lucro, devolvo a pureza da polpa e o mistério das sementes à rigidez do metal. Mas quando tomo esses frutos e sacio com eles a fome das crianças pobres, transformo a polpa e as sementes em luz para o Reino de Deus.

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  4. O Jardim do Éden é o Jardim do Reino. A serpente que nele penetrou para tentar Eva estava aninhada no coração de Adão. A serpente, por si mesma, jamais poderia entrar lá. Mas como Deus concedeu a Adão o direito à liberdade, foi através dele que ela invadiu o Éden. Antes de comer a maçã, Adão e Eva já estavam condenados. A tentação não vem de fora, mas do próprio coração do homem. A alegoria Bíblica do Éden é a primeira referência das Escrituras ao mistério do Reino.

    Mas ela mesma foi transformada, essa simples e encantadora referência, em motivo de ganância e exploração para os homens. Entretanto, como era de origem Divina, os homens não conseguiram corrompê-la. O Apóstolo Paulo lembraria mais tarde: - Se por um homem, Adão, fomos perdidos, também por um homem, o novo Adão, o Cristo, fomos salvos.

    O mensageiro do Reino me explicou:

    - A alegoria da perdição conduz a alegoria da salvação. O homem cometeu o pecado da desobediência ao comer a maçã da sabedoria, ao adquirir a Razão. Porque então se definiu como um Ego, como um Ser, e julgou-se semelhante a Deus. Nas fases primitivas da sua existência ele vagava no Éden, livre e puro dirigido pelos instintos como os demais seres. Depois que começou a raciocinar acreditou-se dono das coisas e dos seres. Quis possuir, entesourar, engrandecer-se aos próprios olhos e aos olhos dos outros. Foi então que fugiu de Deus e criou seu próprio mundo. Mas Deus o deixou em liberdade, amadurecendo na experiência e na dor. E por fim mandou-lhe o Jovem Carpinteiro para construir-lhe, com as taboas e os troncos das árvores, sempre generosas, a Tenda da
    Reconciliação.

    Entendei as coisas em Espírito e Verdade e não vos enredeis no cipoal das letras.
    Entremos na Tenda da Reconciliação, procurando de novo o Amor e a Justiça de Deus, e em breve estaremos de novo no Jardim do Éden. Passaremos alegres e leves pela porta estreita, que se abre como pequena brecha no grande Portal do Reino.

    Façamos dos frutos da Terra o tesouro da nossa caridade permanente. Não entesouremos nada em prejuízo dos outros. Não roubemos. Sejamos capazes de imitar as árvores: De ramos abertos no Céu e sombra estendida na Terra.

    O Reino começa em nosso coração.
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    Obs.: Espero que este pequeno trecho estimule a leitura das 40 páginas desta obra.

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